quarta-feira, 30 de junho de 2010

Jogador de Gana: a caminho do estádio, vamos cantando música gospel

Em entrevista, atacante ganês fala sobre coreografias das comemorações, as músicas, concentração num cassino e responsabilidade de defender o futebol africano

Stephen Appiah, capitão da seleção de Gana, que na sexta-feira enfrenta o Uruguai nas quartas de final da Copa do Mundo, afirmou que não há tensão em sua equipe e isso se mostra com a alegria dos jogadores, que cantam, dançam e riem porque estão relaxados.

"Somos uma equipe especial", assinalou o capitão da única equipe africana que permanece na Copa da África do Sul. Os jogadores estão "contentes e tranquilos por estarem juntos".

Em declarações divulgadas pela Fifa, Appiah reiterou que não existe pressão, mas sorrisos e alegria. "Quanto mais pressão você impõe, pior as coisas irão. Por isso, não estamos nem muito com a mente posta no próximo jogo".

"Um dia ou dois antes do encontro já nos concentraremos", emendou o jogador. Segundo ele, o companheirismo é uma das palavras-chave da seleção de Gana, bem como permanecer tranquilo no hotel após os jogos e sem sair, como fazem outras equipes quando ganham.

Não há um dia sequer em que alguém não os lembre de que eles são a esperança do continente africano. Uma responsabilidade que a seleção de Gana não pediu para ter, mas que o atacante Asamoah Gyan afirmou não os incomodar em nada. Como fazem desde o primeiro dia na África do Sul, os jogadores ganeses rezam, dançam e se divertem juntos. Se forem embora na sexta-feira, após a partida contra o Uruguai, Gyan garantiu que será com a sensação de dever cumprido. Mas ele disse que a equipe ainda planeja ficar mais algum tempo na Copa do Mundo.

- Não sentimos pressão alguma. Estamos relaxados. Quase ninguém acreditava que chegaríamos até aqui. Se perdermos, será um resultado normal. Se ganharmos, será algo realmente grande para nós. Por isso digo que não há pressão. Estamos muito confiantes - disse Gyan.

Em entrevista ao GLOBOESPORTE.COM, após o treinamento desta segunda-feira, no pequeno estádio de Mogwase, a cerca de 70 km de Rustemburgo, Asamoah Gyan falou sobre as chances da equipe, o apoio dos torcedores africanos, as coreografias das comemorações de gol e a decisão ganesa de hospedar-se num hotel sem o isolamento das outras seleções.

Até onde Gana pode chegar?
Não gosto de fazer previsões, mas acho que já mostramos que temos condições de ir mais longe. Nós acreditamos que é possível. Não temos nada a perder.

O quanto a torcida dos outros africanos por Gana realmente faz diferença?
É importante para nós sentir isso. Os países da África estão apoiando a nossa equipe e estarão ao nosso lado. Mas o principal é seguirmos o nosso plano de jogo e mantermos a tranquilidade para buscar o resultado. Procuramos relaxar e não ficar pensando no jogo. Durante a semana, nós cantamos, dançamos e nos enchemos de moral. Quando entramos no campo, estamos prontos para dar o nosso melhor e vencer a partida.

Vocês ensaiam aquelas danças das comemorações?
Às vezes, sim. Quando alguém aparece com alguma dança nova que achamos interessante, nós praticamos juntos e planejamos como fazer dentro de campo. No caminho para o estádio, vamos cantando uma música gospel de Gana. É uma maneira de nos fecharmos e nos concentrarmos.

A seleção ganesa está hospedada num hotel que fica dentro de um cassino, enquanto a maioria das equipes se isola em concentrações. O sucesso de vocês é a prova de que isso não faz diferença em campo?
Este é o jeito dos ganeses. É assim que funciona para nós. Nós sabemos de onde viemos e é assim que fomos criados. Para nós, é normal. Se as pessoas quiserem falar conosco, não há problema. Para mim, todos os seres humanos são iguais. Não nos diferenciamos de ninguém. Não importa se você é negro ou branco, somos todos iguais.

Qual a diferença da equipe atual para a seleção ganesa da Copa de 2006?
A diferença é o momento. Há quatro anos, a Itália foi campeã. Agora, foi embora na primeira fase. A nossa equipe não tem grande diferença. Tudo é questão de momento. A Copa Africana, em Angola, também foi importante para nós. Ninguém acreditava na nossa equipe e chegamos à final. Mostramos que tudo é possível. Mesmo que sua equipe não esteja entre as favoritas no início do torneio.

Se Gana passar pelo Uruguai poderá ter o Brasil novamente pela frente.
Nós não temos medo de nenhuma equipe. Jogamos sem pressão agora. Africanos e sul-americanos têm estilos parecidos, mas eles são mais técnicos do que nós. Mas estamos prontos. Nossa equipe é muito unida e nós jogamos uns pelos outros. Mas agora pensamos somente no Uruguai. É uma equipe com um ataque bem forte e precisamos ter cuidado.

Com informações de Terra/ G1

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